Saúde
O que é FIV em gatos – AIDS felina
O que é FIV
A FIV é uma doença que contamina os gatos e outros felídeos através de um vírus. É a sigla de Feline Immunodeficiency Virus em inglês.
Em português é a Síndrome da Imunodeficiência Felina, também conhecida como AIDS felina.
É uma doença que ataca progressivamente o sistema imunológico do gato, deixando-o suscetível a outras doenças e infecções secundárias. Foi descoberta no final da década de 1980 (apesar de relatos anteriores) e ainda não tem cura.
Sintomas da FIV
A FIV possui diferentes estágios:
Primeiro estágio
Ocorre cerca de 4 a 6 semanas após a contaminação. Embora muitos não apresentem nenhum sintoma, os gatos mais debilitados costumam apresentar:
- febre
- diarreia
- leucopenia (diminuição dos leucócitos no sangue)
- infecções diversas
Segundo estágio
Caso o gato sobreviva a este primeiro estágio (alguns não conseguem), normalmente ele atravessa um longo período, que dura meses ou até mesmo anos sem apresentar nenhum sinal clínico da doença.
Terceiro estágio
Nesta fase, que também pode ter uma duração de alguns meses, os gatos tendem a apresentar gânglios linfáticos pelo corpo e alterações severas de comportamento. Os principais sintomas que podem ocorrer são:
- perda de peso
- falta de apetite
- anemia
- febre
Quarto estágio
Este é o estágio final da doença, que se transforma em crônica. É a fase da AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida) propriamente dita. Os sintomas anteriores se agravam, o sistema imunológico vai ficando cada vez mais frágil.
Doenças respiratórias, dermatológicas, otites, entre outras podem surgir, assim como as mais graves como insuficiência renal, criptococose (doença que afeta os pulmões e o sistema nervoso central).
Transmissão da FIV
A FIV não é transmissível para seres humanos e nem para animais de outras espécies. A transmissão se dá de um felino para o outro através do contato da saliva do infectado com o sangue do outro.
Gatos machos com acesso às ruas, sobretudo os que não sejam castrados, são os que correm os maiores riscos de contágio. Isso acontece porque esses gatos frequentemente se envolvem em brigas territoriais e por fêmeas no cio, com mordidas e arranhões que facilitam a contaminação.
Ainda assim, qualquer gato pode adquirir o vírus em situações em que a saliva de um portador (mesmo que assintomático) entre em contato com o seu sangue. Essa situação ocorre principalmente em caso de brigas, mas pode acontecer também durante o cruzamento, onde normalmente há arranhões e feridas.
A transmissão também pode acontecer no processo de transfusão de sangue e da mãe aos filhotes.
O uso compartilhado de tigelas de água, alimentos e caixas de areia não necessariamente propicia a contaminação. Embora o vírus da FIV não sobreviva muito tempo no ambiente é melhor que esse compartilhamento seja evitado, já que restos de saliva ficam nesses recipientes.
Diagnóstico da FIV
O exame mais simples é o chamado ELISA, que é feito através de um kit e onde o resultado sai praticamente na hora. É um método que se baseia na reação antígeno-anticorpo desencadeada por enzimas.
Também existe o método PCR, onde a amostra de sangue é testada em laboratório e é mais confiável que o ELISA.
É recomendável que o teste seja repetido após um período de 3 meses, para confirmação do diagnóstico, uma vez que estes exames são passíveis de resultarem em falso-positivo ou falso-negativo.
Outros exames como hemograma completo, ultrassonografia abdominal e citologia da medula óssea também servem de auxílio para um diagnóstico completo.
Tratamento da FIV
Apesar de ainda não existir a cura para a FIV, os gatos infectados podem viver por muitos anos com a doença e levarem uma vida normal.
O tratamento, que deve ser prescrito por médico veterinário, consiste em aumentar a imunidade dos felinos, através de medicamentos e nutrição balanceada. Antibióticos e anti-inflamatórios também podem ser prescritos para tratar as doenças secundárias que venham a surgir durante os estágios da FIV.
Prevenção da FIV
Ainda não foram desenvolvidas vacinas capazes de evitar a transmissão da FIV. Embora já existam vacinas nos Estados Unidos, pesquisas indicam que os vírus combatidos por estas, ainda não foram isolados em felinos no Brasil. Portanto, não teriam efeito por aqui.
Assim, a melhor forma de evitar e prevenir a FIV no seu gato é impedindo o seu acesso às ruas, evitando assim que ele corra grandes riscos de contágio. Leia mais em Os perigos das ruas para os gatos
Os gatos devem ser levados periodicamente ao veterinário, mas, caso você note algum dos sintomas descritos, eles devem ser levados imediatamente. Assim como em outras doenças, o diagnóstico precoce faz com que o tratamento tenha mais chances de ser efetivo, de produzir melhores resultados e de prolongar a vida.
Dentro de casa, os gatos portadores de FIV podem conviver com gatos saudáveis desde que eles não briguem. Como já mencionado anteriormente, é desejável não compartilhar tigelas de água e alimentos nem caixas de areia.
A intenção deste blog é meramente informativa e não substitui a necessidade de consulta e prescrição veterinária
Fontes:
Webmd
Catclub
Cachorrogato
Imagem de Capa: Photo by Marcus Pinho from Pexels
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