Proteção Animal
E se você encontrou um cachorro na rua
Identificando a condição do cachorro
Um cachorro sozinho na rua pode estar simplesmente passeando, perdido ou abandonado.
A primeira coisa a fazer é procurar por mais informações. Se estiver em local com movimento de pessoas, comércio e residências, pergunte se alguém o conhece. Procure saber desde quando ele está ali no local, se alguém o alimenta, se conhecem o dono, se tem plaquinha de identificação.
Observe se o cachorro está bem cuidado, sem ferimentos. Se estiver, é possível que tenha um dono e esteja perdido. Mas, pode também ter sido abandonado recentemente. Muito sujo, ferido ou desnutrido, é sinal de que já está nas ruas há um bom tempo.
Estando bem cuidado, principalmente se usar coleira, certifique-se de que ele não tenha mesmo um dono, divulgando fotos nas redes sociais e consultando os sites e páginas de cachorros perdidos, para ver se alguém o procura. Mesmo que ele esteja ali só de passagem, essa divulgação pode ser uma pista valiosa para quem o procura.
Cachorro ferido ou doente
Faça o que está ao seu alcance
Mas, se o cachorro estiver ferido ou doente, vai precisar de socorro imediato. Faça o que estiver ao seu alcance, peça ajuda para as pessoas próximas, familiares, amigos e conhecidos antes de pedir ajuda nas redes sociais. Esgote todas as suas possibilidades.
Esteja ciente de que as ONGs de animais e protetores independentes estão todos lotados e endividados. Mas, se tiver acesso ou conhecimento de alguma ONG ou protetor, peça ajuda.
Na maioria das cidades, as prefeituras mantém Centros de Controle de Zoonoses, os CCZs, também conhecidos como Carrocinha. A função destes órgãos municipais em relação aos animais de rua, é impedir que se propaguem as doenças chamadas zoonoses, que são as que os animais podem transmitir aos seres humanos.
Sendo assim, em teoria, os CCZs irão recolher apenas animais com suspeita de portarem alguma zoonose, e, em alguns casos, aqueles muito feridos ou muito agressivos.
Os canis destes centros também estão lotados e uma boa parte dos animais recolhidos é sacrificada, em algumas regiões, com laudo veterinário e de forma “humanitária”, em outras, de forma cruel e violenta.
Peça ajuda
Não conseguindo nenhuma ajuda de pessoas próximas ou entidades, divulgue o caso nas redes sociais para encontrar a ajuda, mas deixe claro que já esgotou suas possibilidades, e esteja ciente de que pode receber muitas críticas e lamentos de pessoas que não ajudam.
Polícia e bombeiros podem ser uma alternativa em caso de risco extremo de queda ou atropelamento, agressões e maus tratos. Dependendo da situação e de sua localização, é possível conseguir a ajuda deles.
É importante destacar que em algumas situações, o cachorro precisa de socorro imediato, ou acabará morto. Não há tempo de pedir ajuda em redes sociais e esperar por um resgate que pode nunca acontecer. Se presenciar uma situação assim, procure socorrer, junte recibos e notas de despesas e depois peça ajuda de reembolso.
Algumas cidades possuem hospitais veterinários gratuitos e clínicas com preços populares. Informe-se na sua.
Até agora, falamos dos extremos, cachorros aparentemente saudáveis e bem cuidados, talvez perdidos, e aqueles em grave situação com necessidade de socorro imediato.
Cachorro abandonado
Agora, vamos supor que você encontre um cachorro que não precise de atendimento emergencial, mas que obviamente esteja abandonado. Ele também precisa de ajuda.
Precisa ir a uma consulta em veterinário, passar por uma avaliação clínica e exames de laboratório. Em alguns casos, pode precisar de tratamento e até cirurgia e internação. Depois, precisa de um lar. Esse lar pode ser provisório ou definitivo, mas tem que ser um lar.
Se você tiver condições de abrigá-lo em sua casa, faça isso. Mas tenha o cuidado de deixá-lo isolado de seus outros animais, se tiver, até que tenha certeza de que ele não tenha alguma doença que possa ser transmitida aos outros, mesmo que os outros estejam vacinados, por precaução. Ou, tente encontrar alguém, vizinhos, parentes, amigos, conhecidos, que possam abrigá-lo.
Depois disso, caso não tenha sucesso, procure ajuda de protetores ou ONGs, divulgue nas redes sociais. Você pode pedir que seja resgatado, ou pedir um lar temporário, caso possa resgatar e levar.
Pedindo resgate
Se pedir um resgate, certifique-se de que você mesmo ou outra pessoa possam garantir que o cachorro esteja no local no momento em que quem vai resgatar estiver saindo para o resgate. É preciso evitar que ele se desloque e vá embora. Mesmo que seja para colocar em uma corrente presa a um portão ou fechá-lo em um banheiro por algumas horas. Sempre tomando o cuidado de não machucá-lo.
Algumas pessoas oferecem carona solidária, ou seja, fazem o transporte do animal de um local a outro, sem nada cobrar, ou apenas com o custo do combustível. Outras, cobram pelo serviço, chamado de taxi-dog, desde que você especifique o local de partida e o de chegada. Normalmente o serviço é cobrado antecipadamente.
Para pedir uma carona solidária ou um taxi-dog, é necessário já ter definido para onde vai o cachorro. Algumas vezes direto a uma clínica ou hospital, outras vezes para alguém que se disponha a adotar e outras, para um lar temporário. De qualquer forma, é necessário definir um responsável, que irá assinar uma ficha na clínica ou hospital, ou um contrato com o lar temporário, ou tratar com um adotante.
O Lar temporário
Existem pessoas que oferecem lar temporário solidário, ou seja, não cobram para isso, sendo que algumas pedem contribuição de ração ou medicamentos, outras arcam com as despesas.
Infelizmente esta alternativa está cada vez mais escassa. Já existem os lares temporários pagos, que cobram uma taxa mensal para abrigar o cachorro e cada um funciona de acordo com seus próprios critérios. Alguns exigem que o animal já chegue vacinado, vermifugado e até castrado. Outros tem parceria com veterinários e providenciam essas necessidades. Alguns mantêm abrigos em chácaras ou sítios, com capacidade para abrigar vários animais; outros, reservam um espaço em sua própria residência.
É importante pedir referências e se possível, conhecer o local. Existem falsos protetores, que tomam o dinheiro das pessoas e não cuidam dos animais.
Estando em um lar temporário, é importante que o cachorro receba todos os cuidados veterinários necessários. O ideal é que receba alimentação adequada, ambiente que não seja hostil, que não fique acorrentado, não sofra ameaças, nem de humanos nem de outros animais. Melhor ainda se for cercado de carinho e atenção. Alguns precisam de acompanhamento profissional, de veterinários especializados em questões comportamentais ou mesmo de adestradores, para que possam voltar a conviver com humanos e outros animais.
Filhotes não podem ser separados de suas mães antes de desmamarem e devem receber as vacinas e serem castrados apenas quando estiverem aptos.
Adoção responsável
O cachorro deve receber vermífugos, estar livre de parasitas, pulgas e carrapatos, ser vacinado, castrado, e só então ser encaminhado para adoção responsável.
Para acompanhar todos esses passos, não é necessário trabalhar em ONG, nem ser um protetor de animais. Qualquer pessoa que goste e respeite animais pode ajudar de alguma forma.
2 Comentários
Miriam...
Adorei a matéria…estou aqui enfrentando este problema….esta ferido..magro…filhote….mas não aceita ser tocado……estou dando agua,e ração….mas precisa,ser resgatado…..a 15 dias venho tentando com mais de 20 lugares…..ate agora nada.. Cada dia pior……tristeza e dor ….é o que sinto.~!@…..sou de Belford roxo..RJ
Jacqueline Cohen
Olá Miriam, se quiser enviar fotos e dados de contato sobre esse caso, pode enviar por mensagem na página do Grupo Resgate Animal no facebook e podemos publicar para tentarmos encontrar ajuda.