Saúde
Coceira em Cães – Principais Causas
A coceira em cães é uma das causas de maior preocupação de seus donos. É normal que o cão se coce um pouco, de vez em quando, assim como nós humanos também nos coçamos. Mas, quando a coceira está acima do normal, é hora de ter uma atenção especial. O cachorro pode estar com algum tipo de dermatite (doença de pele) ou com algum transtorno psicológico.
A primeira recomendação é levar o cachorro ao veterinário e expor a ele o maior número de detalhes possível:
- Desde quando o cachorro está se coçando
- Se houve alguma mudança na alimentação
- Exposição a alguma substância nova, como um novo shampoo ou produto de limpeza
- Se houve contato próximo com outros cachorros
- Alguma situação que possa ter causado trauma, como a morte de um parente, mudança de endereço, brigas com outros cães, atropelamento, queda, etc
- Histórico de doenças diagnosticadas, datas de vacinação e cirurgias se existirem
- Medicamentos e dosagem que o cachorro estiver tomando
Todas estas informações ajudarão na identificação da causa da coceira, o que é fundamental para um tratamento adequado.
Alergias
Dermatite Alérgica
A dermatite alérgica é uma reação do sistema imunológico do cachorro a alguma substância, chamada de alérgeno. A causa principal é genética, de forma que o cachorro já nasce com predisposição a desenvolver alergia por determinadas substâncias. As reações mais comuns são: coceira intensa, vermelhidão, bolinhas vermelhas e falhas na pelagem. Os alérgenos mais comuns são:
- saliva de pulgas, carrapatos e outros parasitos
- alimentos (leite, carne e alguns tipos de ração)
- produtos químicos (shampoos, perfumes, produtos de limpeza)
- medicamentos
Diagnóstico
Inicialmente, a prática mais aplicada é ir eliminando as possíveis causas, até descobrir o que causou a alergia. A saliva da pulga é o agente alérgeno mais comum. Assim, o ideal é manter um controle de infestação de pulgas periódico, tanto do cachorro quanto do ambiente. Em seguida, observar e alterar produtos químicos utilizados, itens de alimentação e medicamentos, conforme orientação do veterinário.
Não sendo possível determinar a causa desta forma, existem exames de laboratório que podem ser utilizados no diagnóstico. Exames de sangue como o RAST ((radioallergosorbent), que identifica anticorpos ligados a alimentos que desencadeiam as alergias, e o ELISA (enzyme-linked immunosorbent assay), que se baseia na reação entre os antígenos e anticorpos.
Há também o exame intradérmico, onde um agente é injetado na pele do animal e a área em questão fica em observação quanto às possíveis reações.
Tratamento
O tratamento consiste em retirar os agentes causadores da alergia e amenizar os sintomas com produtos tópicos (shampoos terapêuticos, sabonetes, pomadas). Normalmente também serão indicados medicamentos orais anti-histamínicos, a critério do veterinário.
Dermatite Atópica
Assim como a dermatite alérgica, a dermatite atópica é uma reação do cachorro a substância alérgena, com causa genética, que provoca as mesmas reações. A diferença é que os alérgenos mais comuns são:
- Ácaros do pó ou do armazenamento
- Polens
- Fungos (esporos do mofo)
- Descamação de animais (pele ou penas)
- Algodão, linha, lã
Diagnóstico
O diagnóstico da dermatite atópica é feito através de análise clínica das lesões e por exclusão das demais causas.
Tratamento
Como os ácaros do pó são os causadores mais frequentes, retirar tapetes e outras peças de lã, manter o ambiente sempre limpo e higienizado pode ajudar muito a amenizar os sintomas. Também são recomendados produtos tópicos (shampoos terapêuticos, sabonetes, pomadas). Normalmente também serão indicados medicamentos orais anti-histamínicos, a critério do veterinário.
Piodermite
A piodermite é uma dermatite infecciosa causada por uma bactéria, sendo a mais comum a Staphylococcus spp. Esta bactéria já existe normalmente na pele do cachorro, sem causar maiores problemas. Algum fator desencadeante provoca um desequilíbrio e uma proliferação excessiva da bactéria, que é a que causa das lesões na pele.
Estas lesões, com ou sem pus, podem ser: pequenas elevações avermelhadas cobertas por crostas, pequenas bolhas com pus (pústulas), perda de pelame de forma circular recoberta por escamas, úlceras (perda de tecido profunda), erosões (perdas superficiais de tecido). Em geral estas lesões envolvem os folículos pilosos, ou seja, o local onde nascem os pelos. Nem todas estas lesões causam coceira em cães. Algumas são muito dolorosas.
Diagnóstico
O diagnóstico da piodermite é feito através de exame clínico, onde o veterinário avalia as características das lesões e também por citologia (exame microscópico do material colhido da lesão).
Tratamento
O tratamento é feito com antibióticos, sendo que em alguns casos pode ser necessário realizar cultura e anti-biograma do material da lesão, a fim de determinar qual a substância é capaz de combater a bactéria em questão. Também são indicados shampoos terapêuticos, sabonetes, pomadas e anti-histamínicos orais para aliviar os sintomas.
O mais importante no caso da piodermite é descobrir a causa que a desencadeou para tratá-la. As causas mais comuns são:
- agravamento das alergias
- desequilíbrio hormonal
- doenças auto-imunes
- carência nutricional
- seborreia
- sarna negra
- micoses
Sarna
A sarna é uma dermatite causada por ácaros. Nos cães, existem três tipos:
Sarna sarcóptica (escabiose)
O ácaro que causa essa sarna é o Sarcoptes scabiei e provoca uma coceira em cães muito intensa. Os principais sintomas são: pele avermelhada, bolhas, queda do pelo, crostas e pústulas.
A infecção geralmente ocorre dentro e ao redor das orelhas, cabeça, face, membros e abdômen.
Apesar de curável, é muito contagiosa e pode passar facilmente para outro cão, para humanos e até para outras espécies de animais.
Sarna otodécica (sarna de ouvido)
O ácaro que causa essa sarna é o Otodectes cynotis e atinge apenas os ouvidos do cão, provocando coceira e feridas. É contagiosa para outros animais, mas não para humanos. Pode ocorrer o acúmulo de cera em excesso a ponto de causar uma otite.
Sarna negra (demodécica)
O ácaro que causa essa sarna é o Demodex. Este ácaro já habita normalmente a pele do cão e encontra um ambiente favorável para reprodução elevada quando a imunidade do cachorro está baixa.
Os principais sintomas desta doença são lesões na pele com secreções de forte odor. Não é contagiosa, porém pode ser transmitida da mãe para os filhotes durante a amamentação.
Não tem cura, apenas tratamento para manter a doença sob controle. De todos os tipos de sarna, é a que normalmente necessita de um tratamento mais longo (mínimo de 3 meses, podendo chegar a 12)
Diagnóstico
O diagnóstico de sarna é feito através de exame clínico e raspado de pele, onde se colhe amostra para testes de citologia (análise microscópica para verificar a presença do ácaro causador em quantidade elevada). Muitas vezes é necessário repetir o teste, pois é comum apresentar resultado falso negativo, devido ao tamanho do ácaro, que costuma ser muito pequeno até para análise microscópica.
Tratamento
O tratamento é feito através de medicamentos tópicos, de acordo com o tipo de sarna e também com medicamentos orais e injetáveis nos casos mais graves.
É comum tratar a sarna demodécica também com medicamentos que aumentem a imunidade do cachorro.
Malassezia
A malassezia ou malasseziose é uma dermatite causada por fungos. Pode ocorrer pelo excesso de umidade na pele do cachorro, agravamento de alergias de pele, higiene precária e baixa imunidade. É contagiosa, podendo ser transmitida para humanos e outros animais. Os sintomas mais comuns são: pele oleosa com forte odor, coceira intensa, manchas avermelhadas e enegrecidas, falhas na pelagem. Em casos mais graves pode causar emagrecimento, depressão e inapetência.
Diagnóstico
O diagnóstico de malassézia é feito através de exame clínico e raspado de pele, onde se colhe amostra para testes de citologia (análise microscópica para verificar a presença de fungos quantidade elevada). É muito importante que seja realizado este teste, pois os sinais clínicos são muito semelhantes aos da sarna, porém as causas e o tratamento são diferentes.
Tratamento
O tratamento é feito através de medicamentos tópicos, em geral anti-fúngicos e também com medicamentos orais e injetáveis nos casos mais graves de coceira em cães.
É comum tratar a malassézia também com medicamentos que aumentem a imunidade do cachorro.
Transtornos Psicológicos
Em algumas situações, o agente causador da coceira em cães pode não ser um alérgeno, nem uma bactéria, nem ácaros, nem fungos.
Cachorros podem ser acometidos por transtornos psicológicos, como distúrbios de humor, ansiedade, fobias e depressão. Isso pode gerar um comportamento compulsivo que leva a mordidas e lambeduras constantes em determinadas regiões do corpo, provocando coceiras e podendo evoluir para alergias e outras dermatites já descritas.
É importante observar o comportamento do cachorro e identificar se há algum fator desencadeando stress. Um exemplo é o caso de você precisar se ausentar e ter que deixar o cachorro sozinho em casa por algum tempo. Algumas medidas simples podem evitar a coceira em cães e maiores problemas.
Conclusão – Coceira em Cães
As causas da coceira em cães são bastante variadas, assim como os tratamentos. Algumas ações podem ajudar a evitar esse problema:
- manter o controle de infestação de pulgas e carrapatos periódico
- manter o ambiente limpo e higienizado
- proporcionar uma boa alimentação
- não permitir contato com animais infectados
- levar o cachorro ao veterinário ao observar os primeiros sintomas de qualquer enfermidade
- dar banhos regularmente em intervalos apropriados (secar bem a pele do cachorro)
- escovar com frequência os pelos longos
- observar mudanças de comportamento
- não medicar por conta própria
- proporcionar atividade física adequada
- dar atenção e carinho
Fontes:
PETMD
ANIMALPLANET
DOGHEALTH
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